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REPETÊNCIA

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  • Repetência Escolar

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Nota de alcance

Fenômeno caracterizado pela permanência do aluno no mesmo ciclo ou série por mais de uma vez.

Nota histórica

"Embora já tenha sido considerada uma prática positiva, a repetência é atualmente questionada pelas pesquisas e políticas educacionais, principalmente em função de suas consequências sociais negativas. É reconhecida como um fenômeno social complexo em cuja produção interagem características das escolas e das práticas políticas escolares, dos alunos e de suas famílias. Mais recentemente, estudos têm mostrado que esse fenômeno também é afetado pela localização espacial da escola [...]. Diversas pesquisas têm procurado evidenciar o quanto a repetência afeta o processo de escolarização e o aprendizado dos alunos; ela é a responsável direta pela defasagem idade-série, pela evasão escolar e pelo afastamento do aluno de seus colegas de referências e de seu grupo etário [...]." (ORTIGÃO, 2013)

Nos estudos que avaliam a transição de série dos alunos (fluxo escolar) da Educação Básica, os termos promoção, repetência e evasão ganham definições mais precisas que merecem destaque. Tais estudos têm como um dos enfoques a avaliação da transição dos alunos entre dois anos consecutivos. Como apontado no capítulo “Taxas de Transição de Fluxo Escolar” da publicação Geografia da Educação Brasileira 2001 (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2012), para alunos matriculados em um dado ano, existem três tipos de fluxo de saída: 

“[...] alunos promovidos à série seguinte (alunos na série k+1 no ano t+1 que estavam matriculados, no ano t, na série k), alunos repetentes (alunos na série k no ano t+1 que estavam matriculados, no ano t, na série k) e alunos evadidos (alunos matriculados na série k no ano t que, no ano t+1, não se matriculam). [...]” 

Klein (2003) também utiliza os termos promoção, repetência e evasão neste mesmo sentido: 

“[...] O que acontece com um aluno matriculado, por exemplo, na 3ª série em 2001? Em 2002, esse aluno poderá estar na 4ª série, caso em que “foi promovido”, poderá estar ainda na 3ª série, caso em que “está repetindo” e poderá estar fora do sistema escolar, caso em que “se evadiu”. Se o aluno, que se evadiu, tiver sido aprovado na 3ª série em 2001, ele é um evadido aprovado. Caso contrário, ele é um evadido não aprovado. Um aluno matriculado, por exemplo, em 2001, no ano seguinte, pode ter sido promovido, pode estar repetindo ou pode ter se evadido. [...]” 

O mesmo uso desses termos pode ser visto no estudo de Ribeiro (1991), também relacionado à transição dos estudantes entre anos consecutivos: 

“Neste trabalho comparamos as taxas de transição de série (repetência, promoção e evasão) obtidas pelo Serviço de Estatística do Ministério da Educação com base no Censo Escolar, com as taxas obtidas pelo PROFLUXO, modelo matemático que permite, utilizando dados do PNADs (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) do IBGE, obter estes indicadores.”  

Destaca-se que embora os termos promoção, repetência e evasão sejam muitas vezes utilizados, respectivamente, como sinônimos dos termos aprovação, reprovação e abandono, no contexto dos estudos do fluxo escolar os primeiros apresentam contornos bem distintos dos últimos. Enquanto os primeiros avaliam a transição dos alunos entre dois anos consecutivos, podendo o aluno no segundo ano estar matriculado em série superior (promovido), na mesma série (repetente) ou não se matricular em qualquer escola (evadido), os últimos avaliam apenas a situação dos alunos ao final do ano letivo – podendo ser considerado aprovado, reprovado ou ainda ter abandonado a escola antes do término do ano letivo (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2015).

Nota bibliográfica

Definição elaborada pela Equipe Cibec com base nas seguintes referências: 

ALVES, Fátima; ORTIGÃO, Isabel; FRANCO, Creso. Origem social e risco de repetência: interação raça-capital econômico. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 130, p. 161-180, jan./abr. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/v37n130/08.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2015.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC; SEB; DICEI, 2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15548-d-c-n-educacao-basica-nova-pdf&category_slug=abril-2014-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 21 jan. 2016.

FERRÃO, Maria Eugênia; BELTÃO, Kaizô Iwakami; DOS SANTOS, Denis Paulo. Políticas de não-repetência e a qualidade da educação: evidências obtidas a partir da modelagem dos dados da 4ª série do SAEB-99. Revista Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, n. 26, p. 47-74, 2013. Disponível em: <http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/eae/article/view/2185>. Acesso em: 30 jul. 2015.

ORTIGÃO, Maria Isabel Ramalho; AGUIAR, Glauco Silva. Repetência escolar nos anos iniciais do ensino fundamental: evidências a partir dos dados da Prova Brasil 2009. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 94, n. 237, p.364-389, maio/ago. 2013. Disponível em: <http://rbep.inep.gov.br/index.php/RBEP/article/view/2768/1938>. Acesso em: 29 set. 2015.

Nota histórica elaborada pela Equipe Cibec e Rede de Especialistas do Inep com base nas seguintes referências: 

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Taxas de rendimento escolar. Brasília, 2015. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/educacenso/situacao_aluno/documentos/2015/taxas_rendimento_escolar.pdf>. Acesso em: 6 maio 2016. 

______. Geografia da Educação Brasileira 2001. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.publicacoes.inep.gov.br/portal/download/254>. Acesso em: 6 maio 2016. 

KLEIN, Ruben. Produção e Utilização de Indicadores Educacionais: Metodologia de Cálculo de Indicadores do Fluxo Escolar da Educação Básica. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 84, p. 107-157, 2003. Disponível em: <http://rbep.inep.gov.br/index.php/rbep/article/view/893/868>. Acesso em: 6 maio 2016.

______; RIBEIRO, Sergio Costa. O censo educacional e o modelo de fluxo: o problema da repetência. Revista Brasileira de Estatística, Rio de Janeiro, v. 52, n.197, p. 5-45, 1991. Disponível em: <http://nupps.usp.br/downloads/docs/dt9201.pdf>. Acesso em: 10 maio 2016.

ORTIGÃO, Maria Isabel Ramalho; AGUIAR, Glauco Silva. Repetência escolar nos anos iniciais do ensino fundamental: evidências a partir dos dados da Prova Brasil 2009. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 94, n. 237, p.364-389, maio/ago. 2013. Disponível em: <http://rbep.inep.gov.br/index.php/RBEP/article/view/2768/1938>. Acesso em: 29 set. 2015.

RIBEIRO, Sérgio Costa. A pedagogia da repetência. Estudos Avançados, São Paulo, v. 5, n. 12, p. 07-21,  ago.  1991. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141991000200002&lng=em&nrm=isso>. Acesso em: 6 maio 2015.

Término creado
2011-03-22 15:07:58
Término actualizado
2016-05-30 15:12:46
Término aceptado
2011-03-22 15:07:58
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