CURRÍCULO OCULTO
Conceito central na teoria curricular crítica, pode ser entendido como o conjunto dos efeitos alcançados no processo educativo, mas que não estão explicitamente definidos no currículo oficial ou formal. Por não ser claramente percebido pelos atores envolvidos no cotidiano escolar, o currículo oculto esconde ou mascara as relações de poder que estão na base das supostas decisões técnicas que visam à organização dos espaços e tempos que envolvem o processo de ensino-aprendizagem. Através de práticas, relações hierárquicas, normas, regulamentos e de mensagens implícitas nos discursos que fazem parte da rotina das instituições educativas, os estudantes assimilam atitudes, valores e comportamentos de ajuste às estruturas e pautas de funcionamento da sociedade vigente.
"[...] (Michael) Apple reformula o conceito oculto, definido por Philip Jackson, nos anos 1960, para dar conta das relações de poder que permeiam o currículo. Defende que subjaz ao currículo formal, e ao que acontece na escola, um currículo oculto, em que se escondem as relações de poder que estão na base das supostas escolhas curriculares, sejam elas sem relação ao conhecimento [...], sejam no que diz respeito aos procedimentos que cotidianamente são reforçados pelas ações curriculares".